A Spcine completa dois anos de atuação em dezembro. De lá para cá, a empresa criada com o intuito de estimular o desenvolvimento do setor audiovisual investiu R$ 36 milhões em novos filmes, séries, games e animações, inaugurou um circuito de salas públicas de cinema espalhadas em todas as regiões de São Paulo, facilitou as filmagens na cidade, chegando a atrair produções internacionais como a série “Sense 8”, e promoveu ações em outras áreas do setor.
Entre 16 e 18 de novembro, todas as conquistas da instituição serão resgatadas e debatidas no Encontro Spcine. Realizado no Centro de Convenções Frei Caneca, o evento vai apresentar, logo no primeiro dia – 16, às 14h30 –, o balanço dos primeiros 22 meses da empresa, além de um comparativo de investimentos realizados em anos anteriores. “Trata-se de uma prestação de contas à sociedade. É a avaliação de resultados de um trabalho coletivo, que julgo necessária tanto para a transparência das políticas e programas que a Spcine gere quanto para sua eficácia no longo prazo”, afirma Alfredo Manevy, diretor-presidente da Spcine.
Uma das propostas é compartilhar dados que mostram uma parte importante das metas cumpridas. “Chegamos em mais de 200 mil espectadores em bairros da periferia com as salas do Circuito. Isso gera cidadania e, depois, mercado consumidor audiovisual. Em menos de dois anos, já é possível ver resultados, ver que a relação custo/benefício foi boa para o interesse público dos paulistanos”, completa.
Depois da divulgação do material, o Encontro dá sequência a uma série de debates sobre presente e futuro do audiovisual na companhia de agentes do mercado, gestores públicos e profissionais da área.
O objetivo é promover um ambiente de reflexão sobre os rumos do mercado e dialogar com o setor sobre o próximo ciclo de desenvolvimento das políticas públicas da Spcine. O evento é gratuito e aberto a todos os públicos interessados. Para participar, basta acessar a página de inscrição. Confira a programação completa aqui.
Programação
O dia 16 será reservado para o anúncio do balanço da Spcine e a apresentação do keynote do presidente do American Greetings Entertainment, Sean Gorman, agendado para às 16h30. À frente da empresa que atua na distribuição e licenciamento de marcas infantis líderes no mercado em escala mundial como “Ursinhos Carinhosos” e “Moranguinho”, ele vai contar detalhes da sua experiência na gestão e desenvolvimento de estratégias para propriedade intelectual. Gorman já ocupou cargos de desenvolvimento e produção na TV e em filmes live-action.
No dia 17, estão programadas seis mesas de debate e mais um keynote, a começar pelo Encontro Cinema Negro, às 10h, que vai debater os desafios, potencialidades, estratégias e caminhos para o protagonismo negro à frente e atrás das câmeras. Às 11h30, Marcio Fraccaroli, diretor-geral da Paris Filmes, Pierre Mantovani, diretor-geral do site Omelete, Camila Pacheco, diretora de marketing da Fox, Igor Kupstas, diretor da O2 Play e Marcela Fecuri, gerente de marketing digital da Universal Picture falam das estratégias de distribuição de filmes. A discussão vai girar em torno do olhar dos distribuidores sobre os gêneros brasileiros e como eles ativam e engajam o público. Em paralelo, a equipe da São Paulo Film Commission faz uma retrospectiva do trabalho do departamento e anuncia novidades para os próximos meses.
Às 14h30, é a vez de falar sobre os desafios da produção cinematográfica de pequeno e médio porte. Produtores e cineastas como Fabiano Gullane, Sara Silveira, Silvia Cruz e Rubens Rewald discutem como este filão de mercado pode avançar para um modelo econômico mais sustentável. Concomitantemente, animadores e especialistas em games como Célia Catunda, Sandro Manfredini e Zé Guille, além do convidado especial do evento, Sean Gorman, falam sobre a possibilidade da criação de pontos de convergências entre os dois formatos.
Às 16h30, Mauricio Mota, sócio-fundador da Wise Enterteinment, apresenta um keynote no qual levanta a discussão sobre “audiências negligenciadas” que, segundo o próprio, são públicos esquecidos pelas narrativas da produção audiovisual mainstream. Sua companhia criou a série norte-americana East Los High, hit na plataforma de VOD Hulu e primeiro programa gravado com elenco e equipe 100% latino-americanos. Neto do escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues, Mota criou em parceria com Carla Esmeralda a Escola de Séries, um laboratório de desenvolvimento de conteúdos para a TV que vem dando forma à próxima geração de showrunners e criadores no Brasil, além de mobilizar 700 autores e produtores por ano.
Também às 16h30, será feito o balanço de um ano do grupo Mulheres do Audiovisual, desde o primeiro encontro das profissionais na Spcine. A ideia é falar sobre o que foi alcançado em termos de política pública e quais as metas para os próximos quatro anos.
O último dia – 18/11 – abre com uma mesa, às 10h, sobre desenvolvimento de conteúdos seriados. Carina Schulze, fundadora da Chatrone US e Chatrone Latin America, David França Mendes, roteirista-chefe da Mixer, José Alvarenga Jr., diretor de TV e cinema da Globo, Maurício Mota, presidente da Wise Entertainment, e Denise Assumpção, da NBC Universal, analisam o papel do showrunner na criação de produtos de sucesso comercial e falam sobre como a busca por criação de conteúdos globais, formatos internacionalizáveis e marcas sólidas influenciam o processo de desenvolvimento de séries audiovisuais.
Na sequência, às 11h30, o assunto central é o espaço da sala de cinema no século 21. Entre os especialistas e empreendedores convidados estão Facundo Guerra, sócio-fundador do Grupo Vegas, Laudson Diniz, gerente executivo da Cinelive, Adhemar Oliveira, diretor de programação do Espaço Itaú de Cinema, e Ricardo Castanheira, diretor geral da MPAA – América Latina. Em paralelo, um encontro sobre formação no audiovisual vai reunir instituições, grupos e agentes de diversas áreas do setor para levantar temas como os gargalos de mão de obra no setor e políticas socioeconômicas para ampliação de postos de trabalho no mercado audiovisual para a população socialmente vulnerável.
Para Manevy, o encontro é fundamental por permitir uma oportuna reunião dos profissionais do audiovisual paulistano em torno das pautas mais significativas do setor. “A economia audiovisual cresce durante a crise porque existe empreendimento e porque existem políticas públicas. A Spcine conseguiu implementar em 20 meses essa quantidade de programas porque dialogou muito, e buscou construir sua agenda em sintonia não apenas com o segmento, mas com a cidade. Será uma praça de debates”.
“O encontro será imprescindível para a avaliar e discutir os desafios do mercado, além dos próximos ciclos de políticas audiovisuais da Spcine”, complementa Gabriel Portela, coordenador geral do evento.
Expocine
O Encontro Spcine acontece dentro da programação da Expocine, maior evento da América Latina voltado à indústria cinematográfica de exibição, distribuição e empresas fornecedoras de tecnologias, serviços e produtos para o mercado.
Para esta edição, a expectativa é receber mais de três mil visitantes durante os três dias. Além da exposição de produtos e serviços, a programação inclui palestras sobre temas mercadológicos, seguidas por apresentações de distribuidoras nacionais e internacionais.
A parceria entre Expocine e Spcine reforça o protagonismo da feira no mercado audiovisual, complementando sua programação, ao promover debates e discussões com produtores e criativos do audiovisual, em um ambiente onde tradicionalmente circulam distribuidores e exibidores, promovendo a articulação entre todos os elos da cadeia.