Estão abertas, desde 10/2, as inscrições da segunda fase do Batalha Animada, concurso que investe na criação de um jogo para celular a partir de uma animação nacional. É o momento em que os desenvolvedores de games enviam um vídeo-projeto no qual dizem qual animação querem adaptar e como.
A Spcine pediu aos autores e produtores dicas e detalhes das suas obras para inspirar os game devs. Confira abaixo os principais trechos. Sinopses e fotos estão disponíveis aqui.
Angeli the Killer
Cesar Cabral, diretor da animação
Produtora: Coala Filmes
Quais os grandes temas abordados pela animação e que poderiam ser explorados pelo desenvolvedor?
A série usa a obra e a vida do cartunista Angeli, principalmente o seu trabalho na revista Chiclete com Banana, para falar da crítica de costumes, a sátira social e a contra-cultura brasileira. Isso tudo é feito através de um humor ácido e sacana. O game pode, portanto, provocar o jogador de uma forma bem humorada. Como o próprio Angeli escreveu em um dos editoriais da Chiclete, a ideia é “beliscar a bunda do ser humano pra ver se a besta acorda”.
Quais personagens e/ou ambientes da sua obra poderiam servir como referências-chave?
Os principais personagens referência são o cartunista Angeli e seu alter-ego Angeli The Killer, a versão mais jovem e matadora de personagens do autor. Além disso, os personagens do cartunista que foram traduzidos para bonecos em stop-motion na série podem ser utilizados a critério dos desenvolvedores, como Bibelô, o último dos broncos, os escrotos Skrotinhos, os velhos hippies Wood e Stock.
Os ambientes-chave são o estúdio do Angeli, onde ele cria seus personagens, e um boteco podreira por onde os personagens circulam, similar a vários bares da Rua Augusta em São Paulo. A nossa sugestão é que os desenvolvedores se concentrem em um ou dois cenários e personagens da série para a concepção do game.
O que você espera do jogo em termos de adaptação criativa?
A nossa expectativa é que jogo use tanto a obra de Angeli quanto a série “Angeli The Killer” para criar um game em stop-motion que nos surpreenda e traga algo de novo a esse universo. Caso os desenvolvedores se interessem, vale a pena assistir o curta “Dossiê Rê Bordosa”, que serviu de base para a criação da série de TV.
A série já rendeu algum game? Se sim, quais.
A série não rendeu nenhum game.
Nilba e os Desastronautas
Ale McHaddo, diretor da animação
Produtora: 44 Toons
Quais os grandes temas abordados pela animação e que poderiam ser explorados pelo desenvolvedor?
Exploração, curiosidade e descobrimento.
Quais personagens e/ou ambientes da sua obra poderiam servir como referências-chave?
Personagens: Nilba e Albert. Ambientes: SS Geniwald (nave) e a Lua Ervilha como um todo, já que ela se transforma todo dia num ambiente diferente.
O que você espera do jogo em termos de adaptação criativa?
Manter a coerência do universo da série.
A série já rendeu algum game? Se sim, quais.
Sim. Porém nenhum está no ar no momento.
Osmar, a primeira fatia do pão de forma
Ale McHaddo, diretor da animação
Produtora: 44 Toons
Quais os grandes temas abordados pela animação e que poderiam ser explorados pelo desenvolvedor?
Humor, superação de obstáculos, realização de objetivos, amizade e autoconfiança.
Quais personagens e/ou ambientes da sua obra poderiam servir como referências-chave?
Personagens: Osmar e Stevie. Ambientes: apartamento do Osmar e prédio Longa Vida.
A série já rendeu algum game? Se sim, quais.
Sim. Estão disponíveis no iTunes, Google Play e no site do canal Gloob.
Oswaldo
Luciana Eguti, produtora-executiva
Produtora: Birdo Filmes
Quais os grandes temas abordados pela animação e que poderiam ser explorados pelo desenvolvedor?
Oswaldo é uma série que fala sobre ser você mesmo e sobre aceitar e entender as peculiaridades de cada indivíduo, ou seja, sobre ser um “peixe fora d´água” e viver de boa com isso. Também é uma série sobre amizade, e em como é importante ter amigos que compreendam e abracem as diferenças e que estão sempre juntos para todas as situações. Um outro aspecto importante da série é ter muitos elementos da cultura geek/pop, desde referências a videogames 8 bit, além de filmes, livros e séries de televisão. Toda a “sabedoria” do Oswaldo vem dessas fontes, e é bem bacana se o desenvolvedor conseguir incorporar esse aspecto.
Quais personagens e/ou ambientes da sua obra poderiam servir como referências-chave?
O trio de personagens principais: Oswaldo, Tobias e Leia. Os ambientes poderiam ser a casa do Oswaldo e o bairro onde ele vive, com locais como a Casa de Sucos, a locadora de videogame, a praia, por exemplo.
O que você espera do jogo em termos de adaptação criativa?
A gente espera que mais do que ser uma extensão da série, que o jogo incorpore os elementos dela de forma que esteja integrado com a mecânica/wireframe, e que seja divertido como produto independente.
A série já rendeu algum game? Se sim, quais.
Não. A gente só produziu uma fase jogável do “Space Ninja Dinosaur”, que é o jogo que aparece no primeiro episódio.
Papaya Bull
Tiago Mello, produtor-executivo
Produtora: Boutique Filmes
Quais os grandes temas abordados pela animação e que poderiam ser explorados pelo desenvolvedor?
A ilha Papaya é um lugar isolado, cheio de costumes excêntricos. Mas o maior deles é a tradição na qual toda criança faz par com um boi do momento em que nasce, até se tornar adolescente. Cacupé, menino estrangeiro que chegou a ilha sabe-se lá como, tanto insistiu que também ganhou um ruminante para chamar de seu: Sócrates, o boi neurótico que sobrara perambulando e reclamando por ali. Assim, esta dupla improvável colocará a idílica ilha Papaya de ponta-cabeça!
Quais personagens e/ou ambientes da sua obra poderiam servir como referências-chave?
Sócrates; o boi, Cacupé, o garoto que chegou misteriosamente à ilha ainda pequeno à bordo do standup paddle de seu pai, Hermano; o guri da bolha; Joaquina; e o gênio mirim Floriano.
O que você espera do jogo em termos de adaptação criativa?
Expansão do universo de Papaya Bull, que a ilha e a relação entre os bois seja explorada de maneira divertida e criativa. Papaya Bull é um desenho cheio de personagens diferentes em um ambiente com uma cultura bem específica, acredito que há muitas possibilidades para o desenvolvimento do jogo.
A série já rendeu algum game? Se sim, quais.
Não.
SOS Fada Manu
Tiago Mello, criador e produtor-executivo da animação
Produtora: Boutique Filmes
Quais os grandes temas abordados pela animação e que poderiam ser explorados pelo desenvolvedor?
Manu era uma menina como todas as outras até que recebeu um convite: ser uma aprendiz de fada. Ela se mudou com o pai para o Reino Encantado e começou o treinamento com a sua própria avó, uma experiente fada madrinha aposentada. Em “SOS Fada Manu”, a menina vai ter que aprender como ajudar princesas, realizar pedidos e enfrentar a bruxa, o gigante e, principalmente, a sua própria inexperiência e falta de habilidade como fada, tudo isso usando uma varinha mágica que na verdade é seu guarda chuva vermelho e amarelo. A série mostra o processo de erros e acertos de uma menina em busca de conquistar seus poderes e se tornar uma autêntica fada madrinha.
O Universo de S.O.S. Fada Manu é um Reino Encantado onde a magia é presente e poderosa. Um universo com rei, rainha, príncipe, castelo, dragão, vila de camponeses, animais falantes, florestas sinistras e etc. Porém tudo com um toque de moderno: Manu é a neta da grande fada madrinha e sua arqui-inimiga, Valquíria, é uma bruxinha adolescente neta da grande bruxa malvada. Os elementos clássicos estão presentes, mas sempre com toques de ironia, que tornam a série única.
Quais personagens e/ou ambientes da sua obra poderiam servir como referências-chave?
Manu, João, Duque, Valquíria e Gigante. Tem também Pinóquio, um vilão que consegue estender os membros e anda como uma aranha; Serena Sereia, defensora dos mares; Fernando, o Unicórnio, que pode levar as pessoas para mundos paralelos; além de Sofrimento, cachorro da personagem Valquíria que sempre quer fazer xixi nas pessoas.
O que você espera do jogo em termos de adaptação criativa?
Esperamos poder trazer as crianças para dentro do universo de SOS Fada Manu, interagindo com os personagens, usando o potencial das magias da Manu e poções da Valquíria em situações inusitadas com os personagens do reino, e que também podem ter humor.
A série já rendeu algum game? Se sim, quais.
O Gloob investiu em alguns jogos bem simples para a sua plataforma Mundo Gloob, como a Disputa Mágica e Voando para o Pé de Feijão.
Tordesilhas
Ale McHaddo, diretor
Produtora: 44 Toons
Quais os grandes temas abordados pela animação e que poderiam ser explorados pelo desenvolvedor?
Exploração e descobrimento. História do Brasil colonial, lendas e mitos, e caça ao tesouro.
Quais personagens e/ou ambientes da sua obra poderiam servir como referências-chave?
Capitão Bandeira versus Xavier. A série é ambientada inteiramente na Mata Atlântica.
A série já rendeu algum game? Se sim, quais.
Não.
A Turma da Mônica
Marcos Saraiva, produtor-executivo
Produtora: Mauricio de Sousa Produções
Quais os grandes temas abordados pela animação e que poderiam ser explorados pelo desenvolvedor?
Com humor, aventura e requintes de fantasia, a Turma da Mônica aborda temas pertinentes aos conflitos da infância, sempre buscando agregar valores positivos, otimistas e inclusivos.
Quais personagens e/ou ambientes da sua obra poderiam servir como referências-chave?
Há os protagonistas Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão; e os coadjuvantes Franjinha, Dorinha, Jeremias, Cascuda e mascotes. Entre os antagonistas estão o Capitão Feio, Bruxa do episódio da Lagosta, Alienígenas do planeta Tomba.
O que você espera do jogo em termos de adaptação criativa?
Um jogo condizente com a dinâmica e plástica da nova temporada da Turma da Mônica, respeitando a sua narrativa e identidade de forma que o conteúdo apresentado seja fiel ao universo criado por Mauricio de Sousa.
A série já rendeu algum game? Se sim, quais.
A série teve alguns jogos e aplicativos lançados. Dentre os principais, citamos o Jogo do Cascão e o Coelhadas da Mônica, que fizeram sucesso entre os jogadores.