No final de outubro, a Spcine lançou o SAMPA CINE TEC, programa que oferece bolsas para qualificação profissional em audiovisual. Foram mais de 2 mil inscritos. Destes, 64 jovens, com idade entre 18 e 29 anos, foram selecionados com base na experiência, local de residência e a motivação.
Incluindo atividades de formação técnica, empreendorismo, desenvolvimento local e um período de experiência profissional de quatro meses em empresas do ramo, o programa pretende estimular a inserção de novos profissionais no audiovisual, com ênfase em jovens de regiões pouco atendidas por esse tipo de iniciativa.
O SAMPA CINE TEC começou na última semana com aulas sobre o mercado de trabalho no setor audiovisual. O conteúdo foi apresentado por profissionais da Flacso Brasil, entidade educativa responsável pelo acompanhamento do programa.
Nesta semana, os jovens participam de atividades de formação técnica no Instituto Criar. Dentre as áreas de estudo, há especialização intensiva em animação 2D, manuseio de câmera, direção de fotografia, edição, pós-produção, elétrica/maquinaria, produção executiva e produção de set. “Estou muito animada com essa parceria. Acho muito importante reconhecer que existe uma política pública na área da formação de jovens, no incentivo ao cinema e ao audiovisual”, afirma Marta Dora Grostein, diretora do Instituto Criar.
Durante o período, eles também conversam com coletivos audiovisuais da periferia sobre como a atividade pode impulsionar o desenvolvimento local. Concluída a etapa de formação, os participantes partem para a experiência profissional em empresas do setor, integrando equipes de trabalho e colocando em prática o conteúdo apreendido.
As inscrições para empresas interessadas em receber os participantes estão abertas.
Wellington de Oliveira Cosme, de 26 anos, um dos selecionados do programa, destaca a importância da inserção no mercado para o desenvolvimento profissional. “Já trabalhei com telemarketing, [fui] garçom. Sou artista visual, estou fazendo curso de iluminação teatral fora daqui e desde o começo busquei um aprendizado em produção, porque você sai e fica refém de um mercado um pouco fechado. Com essa especialização quero me inserir na área. Sempre tive vontade de atuar no audiovisual, mas nunca tive oportunidade, como artista plástico e com as experiências que tenho quero dar voz aos meus projetos e de alguns amigos”, comemora.
Colocar os participantes como protagonistas do conteúdo que recebe é uma das marcas da programação. “É um projeto que esta sendo construído, ele não é quadradinho, a cada dia fazemos ele e se possível voltamos para refazer. Como dizia Paulo Freire ‘o mundo não é, o mundo está sendo’, e estamos sendo e aprendendo quando em grupo”, explica Thais Chita, coordenadora de projetos da Flacso Brasil.
Um dos propósitos da primeira edição do SAMPA CINE TEC é garantir mais espaço para as políticas públicas voltadas a jovens, principalmente no que diz respeito a formação para o mercado. “O programa é extremamente estratégico para Spcine enquanto empresa. É uma experiência inicial, desenhada em conjunto com nossos parceiros, que pode se tornar uma grande política pública, já que iniciativas do tipo são escassas em São Paulo e a a qualificação profissional é uma carência do setor”, defende Jorge Gonçalves, coordenador de Desenvolvimento Econômico da Spcine e um dos idealizadores do projeto. “O programa tem pessoas com grande potencial e esperamos que a formação seja profissional e humana. O audiovisual é uma arma de mudança pessoal e evolução social.”
O SAMPA CINE TEC é uma iniciativa da Spcine em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo (SDTE), a Fundação Paulistana de Educação, Tecnologia e Cultura e a Agência São Paulo de Desenvolvimento (ADESAMPA).