As estatísticas do Circuito Spcine, inaugurado em março de 2016, mostram que a maioria do público avalia positivamente o projeto. No critério qualidade de projeção na tela, o nível de aprovação entre ótimo e bom é de 98,1%. No item estrutura da sala, 97%. Já a programação soma 85%. Considerando o projeto como um todo, a avaliação positiva é de 95,3%.
Para Mauricio Andrade Ramos, diretor-presidente da Spcine, é gratificante saber que o Circuito provoca admiração entre seus frequentadores. “Estes números refletem todo nosso esforço em oferecer a mesma experiência que o público tem em qualquer cinema multiplex de São Paulo, com tecnologia de projeção de ponta”, afirma.
Os dados fazem parte de uma pesquisa encomendada pela Spcine ao Observatório de Turismo e Eventos, da Spturis, que traça o perfil do público da rede, composta atualmente por 20 salas.
De acordo com o estudo, a maior parte dos entrevistados afirma ser branca (55,9%), católica (48,9%), com ensino médio completo (60,6%) e detentora de uma renda familiar mensal de um a três salários mínimos (51,6%). Quanto à ocupação profissional, 49,9% são assalariados e 12,1% estudantes. Os desempregados representam a terceira maior faixa do público, com 10,7%.
Heliópolis é o primeiro bairro onde mora a maior fatia dos frequentadores do Circuito, representando 12,7% dos entrevistados. Na região, está localizado o CEU Meninos. Na sequência vem Jardim Paraná, com 10,7%, onde fica o CEU Paz; Jaçanã (CEU Jaçanã), com 8,2%; Perus (CEU Perus), 5,6%; e Vila Jaraguá (CEU Vila Atlântica), 5,1%. Estão no pé da lista distritos como Guaianazes, Santa Terezinha e Jardim São Gilberto.
“A pesquisa revela que quanto mais periférico o distrito, mais sentido faz a existência de um centro educacional e cultural do porte do CEU e, consequentemente, justifica a relevância do Circuito”, afirma Guilherme Cesar, coordenador de território da Spcine.
A empresa paulistana também fez um ranking das salas com maior número de espectadores. A campeã é a instalada no CEU Três Lagos, no Grajaú. Até dezembro do ano passado, ela fez 23,5 mil espectadores. Na sequência vem a do CEU Parque Veredas, no Itaim Paulista, com 22 mil, e a do CEU Perus, em Pirituba, com 19,4 mil. O Circuito fechou 2016 com público total de 286 mil pessoas. “Vale destacar que a segregação sócio-espacial, que distancia a população dos centros culturais e de lazer da cidade, ratifica os números da pesquisa. Não à toa, nosso maior público está onde há pouquíssimos equipamentos culturais e de lazer”, completa Cesar.
Entretenimento e programação
Quando o assunto é optar pelo cinema como atividade de lazer – não restrita às salas do Circuito –, 63,7% afirmam já ter ido alguma vez e 10,4% costumam frequentar com certa regularidade. Quanto aos que não vão, 50% dos entrevistados admitem que o motivo é o preço. As sessões do Circuito são gratuitas nas salas instaladas nos CEUs e no Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes. Há cobrança de ingresso apenas no Centro Cultural São Paulo, no Cine Olido e na Biblioteca Roberto Santos, com valores de R$ 4 (meia-entrada) e R$ 8 (inteira).
Questionados sobre o que preferem assistir na tela do cinema, 67,36% dizem gostar muito de ação, 62,38% de terror e 58,66% de longas que misturam fantasia e histórias de super-heróis.
Fazendo um recorte com a cinematografia brasileira, 71,6% revelam gostar muito de filmes que retratam fatos reais e cotidianos; 56,8% preferem os títulos de terror e 51,85%, as comédias.
Entre os filmes programados no Circuito que mais agradaram o público estão “Sete Homens e um Destino”, com 21%, “A Garota do Trem”, com 14,3%, e “Pequeno Segredo”, com 9,6%. A estreia do western protagonizado por Denzel Washington aconteceu em 24 de novembro. Já as dos outros dois longas, em 8 de dezembro.
Além da variedade de gostos dos espectadores, Rafael Carvalho, coordenador de programação do Circuito, lembra que o projeto consegue desestimular a pirataria. “Segundo o estudo, 73,5% dos entrevistados consomem audiovisual em casa, pelo DVD. Por ser uma mídia relativamente cara, o Circuito acaba sendo uma alternativa perfeita, por ser gratuito nos CEUs e com preços populares – entre R$ 4 e R$ 8 – nos centros culturais”, explica.
A pesquisa foi realizada entre 7 a 18 de dezembro de 2016 e entrevistou 1.103 pessoas, entre frequentadores e moradores dos arredores do Circuito Spcine. Confira o material na íntegra aqui.