Festival de Curtas terá prêmio destinado a mulheres

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19% é o número que representa as produções audiovisuais dirigidas por mulheres de 2016 até agora, segundo dados da Ancine.

A Spcine decidiu jogar luz sobre o tema na 27ª edição do Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, que será realizada entre 24/8 e 4/9. Em parceria com o Coletivo Vermelha, a empresa concede o Prêmio Vermelha Spcine para o melhor curta dirigido ou codirigido por uma mulher. O enredo precisa ser conduzido por personagens femininos ou dar destaque para histórias que abordem o assunto com complexidade e sem estereótipos. A produção vencedora ganhará R$ 1,5 mil.

A referência do prêmio é o teste de Bechdel, que avalia, entre outras coisas, se uma obra de ficção possui no mínimo duas mulheres que conversam entre si sobre algo que não seja homens. O nome é uma homenagem à cartunista Alison Bechdel que, em 1985, suscitou a ideia do teste por meio de uma personagem dos seus quadrinhos. Até hoje, ele é usado como ferramenta de avaliação de filmes e produções audiovisuais.

“Olhar as produções à luz das questões levantadas pelo teste faz você pensar sobre representatividade e sobre como há estereótipos de gênero. Dar o prêmio para mulheres reforça a importância da participação destas em festivais, e dá visibilidade a suas produções”, afirma Malu Andrade, coordenadora de inovação da Spcine.

Mulheres no audiovisual

Em evento promovido pelo Instituto Geena Davis no Brasil, no Dia Internacional da Mulher, a presidente Madeline Di Nonno citou estudo que indica que 80% das mulheres brasileiras consideram muito importante a presença de personagens femininos no cinema e na TV. Ainda de acordo com Di Nonno, 69% delas consideram que ainda há falta de personagens femininos representativos, e que um terço afirma ter saído de um relacionamento abusivo por influência de personagens femininos.

“Quando acrescentamos a questão racial, o desastre é muito maior. Não há nos últimos 10 anos nenhuma roteirista nem diretora negra nas equipes dos filmes brasileiros de maior bilheteria”, completa Andrade, que também é uma das administradoras do grupo “Mulheres do audiovisual Brasil” no Facebook, atualmente com 7,5 mil seguidoras.

A primeira reunião do grupo aconteceu em setembro de 2015 na sede da Spcine e reuniu cineastas, produtoras e executivas do audiovisual para falar sobre questões de gênero no setor.

Mais informações sobre o Festival de Curtas-Metragens, clique aqui.

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