São Paulo Film Commission quer se tornar lei municipal

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Em maio de 2016, a São Paulo Film Commission se transformava no ponto central para as solicitações de filmagens na cidade e diluía uma via crucis burocrática pela qual as produtoras tinham que percorrer até então. Agora, o departamento quer solidificar sua atuação com um projeto de lei que está tramitando na Câmara Municipal. Para ser aprovado, é necessário ainda passar por quatro comissões legislativas para, então, seguir para a votação dos vereadores.

O documento dá novo status a Film Commission e a consolida como ponto focal das filmagens na cidade, sejam elas direcionadas aos equipamentos da administração direta ou indireta da Prefeitura. Entre outros pontos, ele também garante a permanência do conselho de filmagens e a disponibilidade integral de um funcionário da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).

“Fortalecer a atuação da São Paulo Film Commission por meio de uma lei garante a continuidade de uma política assertiva que beneficia o setor do audiovisual, a economia local, o turismo, e gera milhares de postos de trabalho”, afirma Tammy Weiss, coordenadora da área.

Para Steve Solot, diretor-executivo da Rebrafic (Rede Brasileira de Film Commissions) e presidente da Rio Film Commission, a área da Spcine é um modelo para os outros 25 escritórios de autorização de filmagens associados à instituição.

“A aprovação da lei traz um aumento de credibilidade nacional e internacional. Será um grande benefício para o produtor de conteúdo audiovisual garantir a transparência e permanência dos processos, independentemente das mudanças políticas”, diz. Ele acredita que o próximo passo pode ser a criação de um incentivo econômico ou cash rebate (reembolso). “Aí situaríamos o Brasil no cenário mundial competitivo de film commissions”, completa.

Com a assinatura do decreto, que demarcou o início da operação da SP Film Commission em maio de 2016, a empresa paulista conseguiu reduzir os prazos de demandas por filmagens para três dias úteis, em caso de produção publicitária, e oito para outros formatos.

Além disso, criou uma tabela de descontos de acordo com o formato da obra. “[Antes] tínhamos que tratar direto com a CET e a Prefeitura. Espero que possamos continuar centralizando tudo na film commission e que continue dando certa essa parceria”, conta Alexandre Rocha, proprietário da Brazil Locations, empresa especializada na locação de espaços para filmagens.

Quanto ao tempo de aprovação das demandas, ele conta que a Subprefeitura (hoje prefeitura regional) de Pinheiros respondia em até um mês; e a da Lapa, nunca autorizou ou “sequer retornava [contato]”, completa.

Produtor de “A Sombra do Pai”, a primeira obra audiovisual autorizada pela São Paulo Film Commission assim que o decreto entrou em vigor, Rodrigo Sarti sublinha que antes a logística era bem diferente. “Raramente encontramos departamentos que entendiam a realidade de tudo que envolve uma gravação. Sempre tínhamos que explicar o que significava filmar em cada local, e começar do zero cada um dos pedidos”.

“O resultado foi surpreendente”, recorda Weiss. De acordo com a São Paulo Film Commission, até 10 de janeiro, 1,9 mil locações foram solicitadas durante o período e 18,6 mil postos foram gerados no período. Sob o ponto de vista econômico, as produções cadastradas na SP Film Commission declararam movimentar R$ 251 milhões.

“A atividade audiovisual é intensa em mão de obra. A aprovação do projeto de lei pode estabelecer um grande fluxo de geração de emprego na cidade”, afirma Rodrigo Guimarães, economista e sócio da produtora Panorâmica TV.

Para Sarti, o departamento pode permitir uma redução de custos de produção e um aumento de arrecadação para os cofres públicos. “Tornar São Paulo uma cidade amiga do audiovisual é urgente e da maior importância”.

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