Políticas Afirmativas Spcine
Lançado em setembro de 2019, o Plano de Políticas Afirmativas da Spcine estabelece metas para ampliar a participação de mulheres cis, pessoas transgênero e pessoas negras no setor audiovisual de forma ampla. Todos os editais da Spcine lançados a partir de 2019 incorporam mecanismos de inclusão. O edital de Baixo Orçamento, cujo resultado foi divulgado em fevereiro de 2020, foi o primeiro a contemplar a política.
LEGISLAÇÕES:
As metas são monitoradas por meio de dois indicadores: número de projetos inscritos e número de projetos contemplados, com base em pontuação indutora conforme abaixo:

Pontuação indutora para equipe responsável pela obra inscrita no edital que tenham mulheres ou pessoas transgênero nos cargos de direção, roteiro, direção de fotografia e coordenação de pós-produção;
Pontuação indutora para empresa com quadro societário majoritário composto por pelo menos 01 pessoa negra.
A política não se destina apenas a editais, uma vez que todas as ações da Spcine têm olhar de diversidade. Fazem parte deste escopo ações e programas de formação com impacto direto na inserção de mulheres e pessoas negras no setor. Um exemplo disto foi a concessão de bolsas de estudo, em novembro de 2019, para duas cineastas negras participarem de curso sobre o mercado audiovisual na Latin American Training Center (LATC), em Los Angeles.
Há ainda ações de empreendedorismo para pequenas empresas e coletivos audiovisuais com foco no desenvolvimento de empreendimentos negros; articulações para a participação de mulheres e pessoas negras em mostras, festivais e mercados patrocinados pela Spcine; inserção nos projetos e eventos patrocinados pela Spcine de jovens oriundos dos programas de formação audiovisual com recorte socioeconômico ou com bolsa em instituições de ensino, entre outros; além de indução para patrocínios de projetos e eventos que tenham políticas e ações contundentes de gênero, raça e território, privilegiando a descentralização territorial e o fomento a ações periféricas.
Apresentamos abaixo alguns resultados das políticas afirmativas até o momento. Para efeito de comparação, iniciamos com dados de contemplados em nossos editais, com recorte de gênero, antes da publicação do plano de políticas afirmativas:
Edital de produção 2015 - Linha 1
14 contemplados
- 4 diretoras
- 4 codireções entre homens e mulheres
Edital de distribuição 2015 - Linha 2
22 contemplados
- 7 diretoras
Edital de PRODUÇÃO 2015 - Linha 3
6 contemplados
Edital de distribuição 2015 - linha 4
2 contemplados
Edital de produção 2016 - linha 1
14 contemplados
- 4 diretoras
Edital de distribuição 2016 - linha 2
10 contemplados
- 4 diretoras
- 1 codireção com 1 homem e 1 mulher
Edital de distribuição 2016- linha 3
17 contemplados
- 2 diretoras
- 3 codireções homem e mulher
GAP 1 e 2 2017
13 contemplados
- 3 diretoras
GAP 3 2018
10 contemplados
- 5 roteiristas mulheres
Distribuição 2019
12 contemplados
- 5 diretoras


POLÍTICAS AFIRMATIVAS NA ÁREA DE FORMAÇÃO:
Os contemplados e suplentes em editais da Spcine, que tenham pontuação por política afirmativa, estão aptos a participar de ações de capacitação e networking oferecidas pela empresa.
O principal objetivo destas atividades com contemplados e suplentes é o de alavancar os projetos e possibilitar networking entre as pessoas envolvidas. Além disso, esta iniciativa auxilia na capacitação e na entrada de mais projetos de realizadores negros, mulheres e pessoas transgênero no mercado em geral.
Atualmente, a Spcine conta com três linhas de atividades de Formação:
- Parceria com o Projeto Paradiso por meio do “Paradiso Multiplica” com mentorias, workshops e masterclasses;
- contrapartidas dos eventos (masterclasses, workshops, rodadas de negócio);
- e contratações próprias.
Algumas dessas atividades são exclusivas para estes grupos de contemplados de editais, porém outras são abertas para o público geral, sempre com o reforço, por meio dos parceiros, sobre a necessidade de mais profissionais negros, transgêneros e mulheres participando destas ações.
Além da formação ligada aos editais, a Spcine conta com outras ações ligadas à diversidade:
- Grupo de Trabalho com escolas livres e projetos/ instituições de audiovisual que atuem com jovens em situação de vulnerabilidade econômica e social para aumentar a inserção deste grupo de pessoas do mercado por meio de capacitação. Um exemplo disso, foram as 140 bolsas do b_arco para ex alunos de outros projetos Spcine e instituições como Criar, Querô, etc oferecidas ao longo do segundo semestre de 2020.
- Projeto Curta em Casa em parceria com o Instituto Criar e o Instituto Olga Rabinovich, que concedeu 200 bolsas de R$ 3 mil cada para jovens das periferias da cidade de São Paulo produzirem curtas-metragens que refletissem este momento de pandemia sem sair de casa.
PESQUISAS DE FORMAÇÃO AUDIOVISUAL



Políticas Afirmativas – Spcine Play
Teste de Bechdel:
A plataforma de streaming Spcine Play aplica em seu catálogo o Teste de Bechdel, que confere um selo a obras de ficção que atendem a critérios relacionados à representatividade feminina em suas narrativas.
Criada em 1980 pela quadrinista norte-americana Alison Bechdel, a avaliação exige basicamente três itens: a trama deve contar com no mínimo duas personagens femininas com nomes, em ao menos uma cena as mulheres devem dialogar e esta conversa não pode ser sobre um homem. Atualmente, 45 dos 147 filmes de ficção analisados no catálogo da Spcine Play passaram no teste.